O uso da tecnologia atrapalha nos estudos dos nossos filhos? Qual tempo de acesso devo permitir?

Nós pais sempre nos perguntamos de o uso da tecnologia atrapalha nos estudos dos nossos filhos…

Recentemente estive em mais uma palestra das educadoras Roberta e Taís Bento, e desta vez o tema foi voltado para os desafios de educar os filhos na era digital. Já escrevi sobre o trabalho delas aqui no blog, e recomendo muitíssimo o livro e os canais delas para pais com filhos em idade escolar. Posso garantir por experiência própria que o trabalho delas ajuda muito na função de melhorar o desempenho escolar deles.

Quando meu filho vai mal na escola devo tirar a tecnologia dele?

Embora isso seja a primeira coisa que nós pais pensamos em fazer (inclusive eu), segundo Taís e Roberta, tirar completamente o celular/tablet/computador do filho não vai fazer com que ele passe a estudar.

Segundo estudos da neurociência cognitiva, o cérebro não assimila a punição, ele apenas entende que após cumprir a punição ele estará livre para voltar a atividade que tanto gosta.

 

A preguiça de estudar está diretamente relacionada a baixa auto estima das crianças.

Algo que sim, pode ser relacionado a era digital, onde predomina o imediatismo e a facilidade para se conseguir o que deseja. E a auto estima da criança não se eleva com elogios do tipo “Você é lindo”, ou “você é muito inteligente”, mas sim com elogios que o cérebro reconhece como autênticos, aqueles que estão relacionados ao esforço que foi feito para receber aquele elogio.

Para que nosso filho se comprometa a aprender é preciso adquirir o senso de responsabilidade, e isso vai acontecer fora da escola, vindo da divisão de tarefas que ele participa em casa (escrevi sobre isso aqui).

Como neutralizar os efeitos negativos da tecnologia na aprendizagem

Hoje em dia, a dúvida de todos os pais é sempre: “será que meu filho não está ficando tempo demais nos eletrônicos? Será que isso não pode atrapalhar nos estudos? Como neutralizar os efeitos negativos da tecnologia? Eis os 3 principais fatores:

1. Fazer uma atividade física

Estudos mostram que fazer uma atividade física pelo menos 2 vezes por semana, aumenta a produção de novos neurônios. Portanto, quando a criança vai mal na escola, tirar do futebol, da natação , não é uma boa opção.

Evidência de neurogênese no cérebro quando o indivíduo pratica atividade física

2. Sono de qualidade

Ter o ciclo completo do sono durante a noite é muito importante para “limpar” as toxinas do cérebro, para que ele possa estar pronto para aprender, ficar, memorizar novas informações. Por isso, estudar até tarde acaba prejudicando, pois impede que as conexões dos neurônios sejam feitas por causa desse “lixo” que permaneceu.

Se seu filho não consegue dormir cedo, combine dele ir deitar 15 minutos mais cedo a cada dia, pois é durante o sono que o cérebro reforça tudo que aprendeu no dia. (Armazena e organiza).

3. Realizar a prática espaçada na neurociência cognitiva

A prática espaçada nada mais é do que a “tarefa” diária da escola. A repetição vai fazer com que o cérebro “entenda” que aquele conteúdo é importante para ser armazenado  nessa seleção do que se guarda e do que vai pro “lixo”, das milhares de coisas que ele tem contato durante o dia. (por  causa das repetições, as músicas das propagandas são facilmente memorizadas, por exemplo)

Em contato diário com o assunto junto a algumas noites de sono, o conteúdo será organizado e armazenado pelo cérebro.

Então, quanto tempo devo deixar meu filho ter acesso a tecnologia sem que atrapalhe nos estudos?

Segundo Roberta e Taís, é difícil estabelecer um tempo exato, mas se seu filho:

  • Pratica atividade física
  • Tem um sono de qualidade durante a noite
  • Realiza atividade compartilhada em casa
  • Tem um momento de leitura, desenho, escrita

Então o resto do tempo que ele passar usando a tecnologias não vai atrapalhar.

Outro ponto importante nesse processo é sempre mostrar que seu filho é capaz, fazer ele acreditar que com esforço não existe dificuldade. Estudos recentes da neurociência mostram resultados surpreendentes da neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro restabelecer novas conexões deste que receba os estímulos corretos, e isso só acontece quando acreditamos que somos capazes.

Sigam SOS Educação e se um dia tiverem oportunidade de assistir uma palestra da Roberta e da Taís Bento, por favor, não percam! É emocionante e transformador!

 

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