Você já parou para refletir sobre o que houve com a sua identidade após se tornar mãe?
Ás vezes converso com amigas mães que estão com os filhos pequenos, e escuto que estão felizes e inebriadas pelo amor dos filhos, mas que apesar disso se sentem um pouco incomodadas por estarem em casa vivendo apenas o lado mãe. Sentem falta de suas identidades, seus hobbies, suas atuações, falta do que eram antes dos filhos nascerem. E o mais complicado é que ainda se sentem culpadas por se sentirem assim num momento em que supostamente deveriam estar se sentindo completamente realizadas. Eu também já me senti assim…
A vida muda e o universo ao redor também muda
Lembro bem da fase que os meninos eram pequenos e de uma hora para outra tudo mudou! As músicas que ouvíamos no carro (deixamos nossos hits preferidos, e passamos a ouvir somente o cd do cocoricó, do qual decoramos todas as letras). A decoração da casa também mudou completamente, brinquedos, carrinhos e cercadinhos passaram a integrar a sala, e vários outros equipamentos de bebês e crianças dominaram os outros cômodos.
Os programas de lazer também mudaram, eu achava uma delícia passear no parque com eles, mas e os filmes de adultos no cinema? Peças de teatro? Barzinho? Séries na tv? Livros que eu amava ler? Academia?
Sim, todos nós sabemos que quando um filho nasce tudo muda, todo o universo ao nosso redor se modifica, mas na verdade, esse abandono do que consideramos nossa individualidade é apenas uma fase, aos poucos tudo vai se arranjando, eles vão crescendo e se tornando um toquinho mais independentes (um tiquinho rsrs), e a gente consegue sim, voltar a fazer coisas que fazíamos antes deles nascerem.
Aproveite o que a maternidade de trouxe de melhor
Hoje estou bem segura com minha identidade enquanto pessoa e enquanto mulher, e digo com toda certeza a maternidade me mudou para melhor. Sinto-me mais segura e mais estruturada para fazer qualquer coisa que eu deseje fazer.
Descobri que temos diversas facetas, e que nossa identidade não precisa necessariamente estar vinculada somente ao nosso trabalho. A maternidade me deu um empoderamento quase prepotente, no sentido de um certo pensamento:
“se posso criar e educar essas crianças, eu posso fazer qualquer coisa nessa vida”
Identidade “mãe”? Não, a “mãe” é apenas uma boa parte dessa nova pessoa
Descobri o gosto pelas artes manuais depois que meu mais velho nasceu, quando comecei a fazer quadrinhos de maternidade (tá certo que ele era um bebê bonzinho e cooperava muito rs). Descobri que gosto de criar, gosto de inventar, de fazer, gosto de ouvir e trocar ideias com outras mães. Descobri que gosto de brincar e que gosto de crianças (de todas, não só das minhas). Isso tudo que a vida de mãe me proporcionou me fez criar uma nova identidade que gosto muito, e é claro ainda pode se modificar ao longo dos anos.
E os conselhos que dou às amigas mães que andam sentindo falta dessa identidade são:
Tenha paciência: a fase de maior entrega, que eles ocupam todo o nosso tempo e ambiente passa tão rápido e acredite, você vai até sentir falta dela.
Converse com amigas mães: chame uma amiga mãe para um café, e conversem não apenas sobre os filhos, mas sobre seus hobbies, gostos, séries, musicais e livros preferidos.
Aproveite tudo que a maternidade tem de bom: não apenas todo o amor nos transforma na maternidade, mas todo o processo e encargos do dia a dia. Esses pequenos seres nos ensinam coisas que jamais aprenderíamos em outros lugares, nos desafiam, nos testam, nos modificam, nos fortalecem. Aproveite isso tudo para compor sua nova identidade que está se formando após a maternidade (sem necessariamente descartar a antiga). Pois como eu sempre digo, fora os perrengues, ser mãe é bom demais! E também uso bastante “a gente rala mas se diverte” rs
Mais textos sobre maternidade do blog
A maternidade acrescentou para mim mais uma faceta, a de mae – obvio. Mas ressaltou outros pontos da minha identidade q ficavam meio adormecidos. Sou mais segura e me sinto muito bem sendo mãe.
Agora que estão maiores consigo também deixar a minha identidade principal prevalecer
adorei a reflexão
bjs
Le
Nunca tive uma identidade própria, eu sempre fui a filha de, irmã de, sobrinha do, neta do… Quando mudei de cidade sem minha família, eu conquistei por 4 anos uma identidade secreta, meu nome, até que comecei a namorar e de uma hora para outra comecei a ser a mulher do… Lutei me debati contra isso, voltei a ser eu, então minha filha nasceu e lá se foi minha identidade, mas eu já estava calejada, aceitei e ainda hoje não tenho exata certeza de que sou eu mesmo ou parte de todas as identidades que tive, mas sou feliz, não tenho culpas, abri mão de coisas que acreditei seria melhor para a educação dela ou reformulei minha vida, sempre deixei isso claro para ela, a mãe dela é uma pessoa, eu fui outra totalmente diferente, o que fiz da minha vida antes ficou lá, serviu para me moldar….rsrs Agora que ela já está adulta, ela “me” conhece e sabe das construções que fiz, e no quanto foi positivo para nós.
Adorei o post me fez pensar em algo que faz tempo não avaliva
Muita Luz e Paz
Abraços
Obrigada querida! A verdade é que estamos sempre na busca dessa identidade, mas com o passar do tempo as coisas vão ficando mais claras na nossa mente né?
beijos e luz pra vc tb!