Ser blogueira (e realmente ter um blog) quando ninguém mais quer ler

Queridos e queridas! Enfim criei vergonha e resolvi dar as caras por aqui! E preciso contar uma coisinha que me acabei me dando conta há alguns dias: não é que este ano o blog Fala, mãe! completa 10 anos de existência??? Andei refletindo sobre o impacto disso na minha vida, e de cara 4 sentimentos me vieram em mente: orgulho, saudosismo, um tiquinho de vergonha, e uma tristeza bem lá no fundo do peito.

Orgulho desses 10 anos onde compartilhei muita coisa sobre maternidade (os meninos cresceram sob o olhar deste blog), investidas decorativas de baixo custo, quando ainda nem adotávamos o termo “DIY”, e brincadeiras doidas e experimentos onde consegui tirar as crianças dos eletrônicos por algumas horinhas. Tudo isso foi muito lindo porque inspirou pessoas, e inspirar é a coisa mais linda que eu enxergo nisso tudo!

Saudosismo porque os blogs eram uma grande rede social no melhor estilo “visite meu cantinho”, com muitas visitas de blogs amigos, ideias inspirando outras ideias, sem cópias, sempre com crédito e elogios a pessoa que inspirou. Fiz grandes amigos através do blog e sem dúvida esse é o maior tesouro desses 10 anos.

O tiquinho de vergonha é porque eu não ando mais frequente por aqui, meio que dei uma abandonada neste espaço, é claro que o próximo sentimento pode explicar isso melhor, mas também não posso culpá-lo exclusivamente pelos meus hiatos e minha falta de inspiração.

A tristeza é porque as coisas realmente mudaram muito, e aparentemente nada vai fazer as coisas voltarem a ser como eram antes. Hoje, além das pessoas estarem deixando os blogs de escanteio, o termo “blogueira” anda sendo usado muitas vezes em tom pejorativo, tipificando uma pessoa que quer ganhar dinheiro fácil na internet (sobretudo através do Instagram), e utilizado na maioria das vezes para ironizar o perfil de uma pessoa que nunca teve um blog.

Sou uma pessoa que adora brincadeira  e me insiro na turma do “zoeira never ends”, mas confesso que lamento que a denominação “blogueira” venha sendo usada como uma caricatura. Como se ser blogueira (de verdade) não fosse lá muito digno, não exigisse tanto trabalho, dedicação, criatividade, e também investimento, coisas que só quem conhece realmente sabe.

O lance agora é outro

Não quero de jeito nenhum desmerecer produtores de conteúdo que se destacaram/surgiram no Instagram, muitos com conteúdo de bastante qualidade, inclusive. Mas confesso que me desanima um pouco perceber que hoje em dia as pessoas não tem mais paciência para ler blogs, para captar o sentimento do outro através da escrita, sentimento que muitas vezes ela não consegue expressar tão bem quanto através da fala. O “ter” parece estar ultrapassando fortemente o “ser”, e a estética parece estar ultrapassando enormemente a importância do conteúdo. Até os textos de legendas no instagram não são lidos mais do que sob a forma dinâmica (tudo bem que a falta a legibilidade da ferramenta não ajuda, mas…)

Pra dificultar ainda mais, as redes sociais não colaboram com os links para blogs pessoais, não entregam para os seguidores, e nas poucas vezes que entregam as pessoas não clicam. No instagram parece que só clicam nos links de fake news postado nos stories de perfil de fofocas rs rs…

Esqueça o blog! Hoje em dia o negócio é “Storie”, você PRECISA fazer MUITOS  stories no Instagram. Todos os dias!

Acho os stories um recurso de comunicação atual muito bacana, uso aleatoriamente quando tenho algo interessante ou curioso para falar, para compartilhar um link do blog, ou algo que achei engraçado.  Não sou tímida nem tenho problemas para falar em vídeos, porém, sinceramente, tenho a impressão de que nunca conseguirei ser uma fazedora compulsiva de stories como muitos influenciadores fazem no Instagram. E minhas dificuldades parecem circular entre os seguintes motivos:

  1. Ainda preciso de um pouco de privacidade na minha vida, não tenho vontade de fazer dela um reality, além disso, não é uma vida assim tão espetacular.
  2. Acho sempre que se eu ficar mostrando milhares de coisas banais, quando for mostrar algo realmente bacana ninguém vai ver (essa ideia pode ser completamente infundada e demonstra um certo complexo de vira lata. Tudo bem, eu aceito!)
  3. Às vezes, em eventos, eu me sinto constrangida quando fico ao lado de pessoas que querem “storializar” a cada segundo, então acabo me inibindo mais ainda a fazer os meus. (Não me defenderei de acusações de caipirice, e de tia véia que não consegue se enquadrar, pois possivelmente elas tenham algum cabimento aqui!)

Será que ainda vale a pena manter um blog?

A paixão das pessoas pelos blogs provavelmente não irá voltar, ou quem sabe até volte numa onda retro saudosista, quem sabe…

Acho uma pena ver muitas amigas blogueiras antigas abandonando seus blogs, os quais eu curtia pra caramba, mas não ouso julgo-as, até mesmo porque esse sentimento me veio muitas vezes em mente.

Mas sabe de uma coisa, eu sempre fui uma aquariana do contra e resolvi que vou continuar! Claro que continuarei com conteúdo diário (ou quase) nas redes sociais do blog (segue lá!), e tentando fazer mais stories porque eles são o supra sumo do momento (capte a idade da blogueira nessa expressão). E mesmo não prometendo frequência, também continuarei por aqui! Esse blog faz parte de mim, de quem eu me tornei, e de tudo que aprendi nesses 10 anos.

 A mais pura verdade é que, embora tudo conspire contra, por enquanto eu não tenho coragem de acabar com esse lugar. Como dizem meus amigos Helena e Armindo, o seu blog sempre será sua casa! As outras plataformas/redes sociais um dia podem acabar, e você sempre estará sujeito ás regras alheias, mas no seu blog, você dita as regras.

Muito obrigada pelo carinho nesses 10 anos!

Se você chegou até aqui eu quero te dar um abraço! Se você é um leitor antigo, ou se acabou de chegar sem saber por onde. Devo-lhe desculpas por de cara se deparar com esse post um tanto quanto desabafo-mimizento. Mas para me redimir, convido você a passear nesses 10 anos de conteúdo para todos os gostos.

 Para quem tem filho pequeno e quer ideias para entretê-lo com muita criatividade, para quem gosta de DIYs e de decorar gastando pouco. Para quem quer rir da tragicomédia que é a vida de uma mãe, para quem tem filhos quase na adolescência e não tá sabendo lidar (#tamojunto).

Se você gosta de tudo isso ou alguma dessas coisas, este blog é pra você!. Pois isso é o que eu realmente gosto! De conhecer pessoas, de trocar experiências, de aprender, de inspirar e compartilhar amor.

Muito obrigada, e seja sempre bem-vindo (a) por aqui!

17 comentários em “Ser blogueira (e realmente ter um blog) quando ninguém mais quer ler

  1. Amei o post e tb não vou abandonar o blog!!! Comecei 11 anos atrás meu primeiro blog e tive varios durante esse tempo, é um diário tão gostoso de se ler, não da pra abandonar!!! E a senhora nunca abandone viu?

  2. Cynthia, ano passado fiz 10 de blog, mesmo blog, mesmo endereço, mesma proposta.
    Não faço stories, mantenho IG só para divulgar posts do blog, Facebook idem. Todas as redes sociais, exceto Twitter, existem porque o blog existe.
    Ao contrário de você eu vejo um mundo de blogs surgindo, participo de grupos onde todo dia tem gente chegando com blogs novos.
    E todo dia tem gente desistindo também porque você está certa, aquela visão meio romantizada de quando a gente começou se foi.
    Hoje a menina cria um blog já “profissional”, e fica agoniada se não ganha dinheiro com ele em alguns meses.
    Vejo meninas com blogs de 3 meses aflitas porque o blog não rende nada.
    Pra mim está aí o motivo de tanta frustração e de tantos blogs irrelevantes: ansiedade em querer grana.
    Claro que eu quero, mas não é assim, isso só faz com que blogueira seja de novo um termo quase pejorativo.
    Quando eu comecei era, dizer que tinha um blog me fez ser alvo de zombaria na minha cidade, era coisa de gente esquisita.
    Hoje é pior, parece coisa de oportunista rsrsr

    Mas, apesar dos anos e apesar dos danos eu sigo com o mesmo entusiasmo de sempre, acreditando que, ao contrário das redes sociais que veem e vão, o blog é mais permanente.
    Acho que sigo tranquilamente por mais muitos anos pois apaixonada rsrsr
    E, olha, eu só tenho aumento de audiencia, o blog cresce devagar e sempre, pago algumas contas com ele, me divirto, aprendo e ensino.
    Tá bom, né?
    beijosss
    (sorry pelo #textão, me entusiasmei rsrsr)

  3. Ownnn my love!
    Amei o post. Assino embaixo e bora ser feliz cuidando da casinha com manutenções periódicas.
    Bjs no coração. Heheh
    Lele

  4. Coisinha mais linda! Vc é uma criaturinha linda que os blogs me trouxeram pra vida. Sempre pra cima, uma mãe incrível e uma mulher maravilhosa. Parabéns pelos 10 anos da sua casinha. Eu me solidarizo com vc nesse sentimento todo 🙂

  5. Bloggers serão sempre bloggers!
    Veja o lado positivo da coisa: só restaram.os q realmente gostam de escrever e se preocupam com issos. Os blogs vazios e rasos, com música automática e cursor de glitter sumiram!

    Continue a nadar!

    Beijas

  6. Parabéns pelo blog querida ♡

    Sou sua seguidora de longa data, e realmente hoje em dia à alguns anos o termo “blogueira” mudou radicalmente de significado, o que mais sinto falta é de ver mais blogs por aí na internet, saudades de 6 à 7 anos atrás quando ainda era comum ver mais blogs ativos, acho tão lindo e muito verdadeiro, é um dos meus sonhos manter um blog por uma questão pessoal mesmo, nem que seja apenas por hobby, não penso em receber nada em troca, e acredito que as pessoas não podem começar algo com essa ambição, fazer por gostar mesmo!

    Sou uma das poucas pessoas que ainda ama ler blogs ♡ Como nos velhos tempos

  7. Bloggers serão sempre bloggers! Também tenho meu blog e me pego sentindo o mesmo que você. É difícil ter um blog nesses tempos de stores 24h por dia. Eu confesso que deixei meu blog de lado esse ano de 2019 mas também não tenho coragem de me desfazer dele ou abandoná-lo. E lendo tudo isso agora me deu muita vontade de voltar pra lá e simplesmente escrever.

    Muito obrigada. Cheguei por aqui nem sei como mas gostei muito de tudo que você faz e da forma que você faz.
    Continua. 🙂

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