Não tenho mais bebês mas…

Às vezes lendo relatos de colegas mães com os filhos bebês, começo a me lembrar um pouco a mãe que fui na época dos meus nessa idade. Cheia de dúvidas (poucas fontes digitais para consultar na época rs), muito cansaço, preocupações e uma certeza: de que eles iriam crescer e meus medos iriam passar.
É, eu estava enganada… Não quanto ao sono, não nego que hoje em dia eu costumo dormir bastante e eles então nem se fale! Nem quanto a vigília em ter que ficar de olho em criança engatinhando, e exposta a diversos perigos em cada ambiente, as papinhas, o desfralde,  e aquele trabalho braçal que nos mal permitem de andar eretas. Mas eu estava enganada quanto aos medos, aquelas angustias e preocupações que eu fantasiava diminuírem. Ledo engano, pois elas apenas mudam…
Não tenho mais bebês, mas tenho medo de educar errado, de deixar coisas importantes passarem, de não conseguir. Tenho medo que sofram bullying, que pratiquem bullying, que fiquem sem amigos, que não me amem, que me amem demais e isso atrapalhe a independência, que tenham dificuldades na escola. Medo que não fiquem longe, medo que briguem,  que  um dia desrespeitem pessoas, magoem, sejam magoados, que não cumpram seus deveres e as regras da vida. Paira sobre mim o peso da responsabilidade de criar homens de bem, e mesmo me desdobrando para fazer minha parte, o medo de que a vida deles possa tomar um rumo indesejado sempre acaba me cercando.
 
Mas então você quer dizer que ser mãe é uma prisão aterrorizante e sem saída?
É claro que não, e sei que esse post parece um tanto quando negativo vindo de alguém que sempre prega pensamentos positivos por aqui, mas na verdade acho que o medo de mãe faz parte do grande pacote. E não resisto em falar sobre o assunto pois sei que sempre há colegas mães que se identificam, compartilham dos anseios e podem se acalantar neste meu desabafo.
 E obviamente não sinto essa angústia todos os dias, todo o momento, convivo naturalmente com as habituais cautelas materna associadas a rotina. Mas de vez em quando, a ansiedade vem e o medo caminha junto, e não bastasse os medos do presente às vezes tenho sonhos com medos futuros, como filhos na balada, dirigindo, etc…(#aloka)

 

Porém, atrelado ao medo está minha coragem! A coragem e a vontade de fazer com que tudo dê certo, de estar sempre por perto, de acompanhar, de nunca abandoná-los, de perdoar, de ensinar, e também de aprender. De guiá-los com princípios do amor, do respeito ao próximo, e da gratidão à vida. Por isso, no fim do dia sempre agradeço, por todas as graças e pela maior delas, essa missão tão difícil e tão linda que é ser mãe.

Um comentário em “Não tenho mais bebês mas…

  1. Oi Cynthia. É uma preocupacao eterna. Minha mãe as vezes fala que está preocupada comigo e que rezou por mim, eu falo que não precisa se preocupar, mas quem disse q isso adianta, nos meus 30 e poucos anos e dona da minha vida ainda tenho uma mãe que tem suas preocupações de mãe!!!

  2. Ah amiga é isso… muda a fase e mudam as preocupações…
    Todos os dias estamos preocupadas com algo que, na maioria das vezes, não temos controle.
    Tenho certeza que vc esta criando filhos excepcionais
    bjs
    Lele

  3. Lindo e comovente post, Cynthia.
    Eu não tenho ideia do que é esse amor e esse temor, mas admiro demais as mães que se preocupam em criar homens e mulheres de bem. Se as mães todas se preocupasem mais com isso, muitos dos problemas da nossa sociedade não existiriam.
    Força aí na missão. Estou sempre torcendo por vcs.
    Beijinhos.
    http://www.vaigarota.com/

  4. É verdade, as preocupações não diminuem, só mudam de tipo… Mas só de sentir o cheirinho do filhote (até do chulé…rs!, a nuvenzinha da preocupação vai embora!

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