Como exercitar a empatia e conseguir se colocar no lugar do outro

Imagem:banco gratuito
 
“O mundo precisa de mais empatia” As pessoas estão repetindo bastante essa frase nas redes sociais e na vida, e elas estão certas. Mas afinal, como podemos exercitá-la?
 
Não sou psicóloga, nem coach, mas estava caminhando num parque perto de casa pela manhã quando comecei a refletir sobre esse assunto, observando todas aquelas pessoas que andavam e corriam por ali todos os dias e concluí: eu poderia ser amiga de todas elas. Parece uma constatação um tanto quando ingênua e “poliânica”, mas lembre-se, por exemplo, da primeira vez que você chegou num trabalho novo, ou em outro local onde não conhecesse as pessoas do grupo. A princípio você já vai esboçando uma imagem de como cada uma delas seria, segundo suas apresentações ou demonstrações de caráter mais expressivas, em seguida, parte para a “seleção” mental dos possíveis indivíduos com os quais você poderia desenvolver uma amizade. Alguns meses depois, você já está com suas relações de amizade próximas estabelecidas, mas também convive bem com outras pessoas, as quais você trata com educação, as quais você se preocupa e se solidariza, pessoas que certamente você cumprimenta ao encontrar no supermercado, e de uma forma geral, conhece um pouquinho da história delas e preza um tiquinho pelo seu bem.
 
Olho para aquela senhora que caminha com sua filha no parque, e penso que embora ela aparente ser uma pessoa difícil e teimosa, se fossemos vizinhas, ela faria um bolo de fubá numa tarde, e eu elogiaria o aroma quando a encontrasse no elevador. No dia seguinte, ela me traria um pedaço de bolo, e eu retribuiria na semana seguinte com um pedaço do meu bolo de cenoura (minha especialidade rs). E aquele senhorzinho que com uma condição física admirável corre com leveza, e sempre que encontra um penduricalho que ornamenta uma das árvores do parque dá um saltinho e bate a mão para acertá-la? Ah, como eu poderia ser amiga dele…
Empatia no dicionário é “colocar-se no lugar do outro” Mas sabe, para exercitá-la você não precisa nem mesmo se colocar, você pode apenas imaginar um pouquinho da vida do outro. Imagine aquele bolo de fubá que essa pessoa faria, ou aquele seriado que ela também assiste no netflix… Porque somos seres falhos, e tendemos sempre a dar uma “julgadinha” camuflada de análise quando conhecemos uma pessoa nova. E quando batemos o carro ou algum carro bate no nosso? Tendemos a olhar para a pessoa com desprezo, raiva e de cara culpabilizá-la pela catástrofe ocorrida. Agora imagina se você olha e percebe que bateu no carro num velho amigo seu? Não seria estranho se tudo fosse resolvido com gentilezas e até bom humor.
 
Mas o que todo esse papinho auto-ajuda tem a ver com a maternidade?
 
Tem tudo a ver, logo que, se queremos um mundo com mais empatia, temos que incentivar nossas crianças a sempre exercitá-la, pois embora elas sejam os seres que mais a pratiquem, sempre nos dando pistas de como agir com docura e sabedoria, um dia elas irão crescer, e passar a praticar ações e imitar as reações das pessoas que as rodeiam. Constatarmos que aquele menino que pegou sua pá na areia do parquinho, pode não ser o maior vilão do mundo, e sua mãe “omissa” que não reivindicou que devolvesse o objeto também pode não ser aquela bruxa egoísta.  Ela pode ser uma pessoa meio avoada, mas que na verdade é uma pessoa gentil e prestativa. Aff, Cynthia, pára com isso, ela deve ser uma pessoa insurportável sim, egoísta que pense que a única pessoa que existe no mundo é o filho dela!
Pode ser que ela seja mesmo! Porém, não temos nunca como saber isso de cara, e é exatamente esse tipo de perfil que estamos querendo eliminar do mundo. Porque essa mulher não tem empatia pelo outro, então a única coisa que podemos fazer por ela é impactá-la com uma reação positiva de nossa parte. 

 

É claro que você deve estar pensando que eu faço tudo isso, não julgo ninguém, tenho empatia por todos os seres do universo, e que escrevi tudo isso como se fosse a pessoa de alma mais pura do mundo. Preciso decepcionar vocês (ou não), e dizer que estou bem longe disto, caminhando em passos vagarosos… E caminhando também no parque, que por sinal nos faz refletir muito sobre a vida.

Um comentário em “Como exercitar a empatia e conseguir se colocar no lugar do outro

  1. Adorei o texto e isso é uma coisa que me surpreendeu aqui em Brasília. Nas quadras residenciais, as pessoas passam e dizem bom dia, boa tarde, boa noite… Incluise mendigos, moradores de ruas e passantes pelo local. Eu me senti numa cidade do interior. As pessoas param pra falar com vc se vc tem criança ou cachorro. Eu não costumo deixar links de postagem no blog dos outros. Mas tem um livro infantil, que até ganhou prêmio, que fala sobre isso: http://www.kidsindoors.com.br/2015/07/temcriancalendo-movimento-literario.html PERTO é o nome. Um pato e um coelho passam todos os dias pelos mesmos locais mas nunca se cumprimentam. Uma pena, pois poderiam ser grandes amigos. Vale a compra. É lindo. Bjos, Gi

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